ser fã é o maior clássico de todos


Uma curiosidade que talvez nem todas as pessoas saibam é que amantes de livros têm uma certa tendência a mergulhar de cabeça na obsessão mais recente.

histórias que fazem o Kindle Unlimited valer a pena




Uma pequena-doce alegria que vem salpicada durante o ano são aquelas promoções da Amazon de 60 dias de Kindle Unlimited por R$1,99, mas a enorme-amarga tristeza é quando eu não consigo me cadastrar e perco essa bendita.


Inevitável me sentir eternamente triste (por 20 segundos) sentindo o funeral dos romances nacionais de autores independentes que enchem a biblioteca do K.U - esse trocadilho nunca fica velho.


Mas eu descobri tantas histórias incríveis lá, que não posso fazer nada a não ser te encorajar a assinar mesmo sem a promoção. Eu te prometo que vale a pena!


Dá só uma olhada nessas indicações de histórias que estão te esperando na biblioteca para mudar sua vida:


Thriller maluco, lições pra vida toda & empatia




1) O Clube da Luta é um clássico cinematográfico e o livro que inspirou o filme, escrito por Chuck Palahniuk, é tão bom quanto!


Tyler Durden, o protagonista da história, acredita ter encontrado uma maneira de viver fora dos limites da sociedade e das regras sem sentido, mas ele fica doidão da cabeça e isso acaba que dificulta o lance todo de… existir.


A história é curtinha, pouco mais de 160 páginas e me deixou completamente abublé das ideias! Icônico. Ah, e claro: Brad Pitt novinho. Preciso dizer mais?




2) As vantagens de ser invisível é outro livro curto, menos de 250 páginas. Mas não se engane, ele é tão denso, bem escrito e carregado de frases e descrições que são quase um espelho - impossível não se identificar - e isso torna ele tudo menos “rápido” de ser consumido.


A história é contada por cartas destinadas a uma pessoa anônima, referida como “caro amigo” durante a história inteira. Charlie é um adolescente passando pelos anos do ensino médio lidando com depressão, ansiedade, traumas e tá sempre encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.


O livro também ganhou uma adaptação em 2012, e é um dos meus filmes/histórias preferidos da vida. Definitivamente vale a mensalidade do K.U sozinho.




3) Flores para Algernon! Uau! 


Tá ouvindo esse som? Sou eu chorando ainda, mesmo depois 2 anos que eu li essa história.


Uma das grandes lições do livro é que inteligência não é, por si só, suficiente quando você não se desenvolve emocionalmente. O livro é excepcional em vários aspectos, tanto por sua mensagem quanto por sua maestria em navegar entre a ficção científica e drama.


Temos resenha completa e sem spoiler dele aqui no blog pra conferir mais, caso se interesse!


Sequência tripla de livros que não prometeram nada mas entregaram tudo!



4) Os garotos corvos, é o primeiro livro da coleção “The Raven Cycle” escrito pela Maggie Stiefvater e a melhor história de fantasia que eu já li até hoje. Sem brincadeira!


Eu panfleto essa história no perfil do fantasma no insta sempre que posso, mas tem um post dedicado somente a ele bem AQUI.


O que torna essa história FENOMENAL é a construção dos personagens. Um grupo de adolescentes nunca foi tão desenvolvido quando esse… não acredito que eles não existem.


Sou completamente maluca por uma adaptação, mas não sei se um dia teremos.




5) Sem coração, pela Marissa Meyer, foi um dos desencalhados esse ano e não acredito que esse livro ficou tanto tempo na estante. Caiu na hora certa!


Como será que a Rainha de Copas se tornou a figura tão enigmática e obscura que nós conhecemos? na versão da Marissa Meyer, ela era apenas uma garota que sonhava em se apaixonar.


Aica aqui a recomendação de leitura divertidíssima e bem detalhada sobre os elementos aleatórios e impossíveis bem típicos do universo criado por Lewis Carroll. Adorei reconhecer as referências (bem presentes no filme live action, por sinal), e fiquei totalmente ABALADA com o final.




6) Minha versão de você, meu livro preferido da Christina Lauren!


Tanner, um jovem bissexual assumido, precisou trancar sua sexualidade de volta no armário ao se mudar com a sua família para Provo, uma cidade pequena recheada de mórmons (que acreditam fielmente que homossexualidade é pecado).


daí pra frente é só ladeira abaixo, ele se apaixona por Sebastian, filho do bispo da cidade e juntos lidam com as consequências de um relacionamento escondido da família, da cidade e da igreja e a pressão da autoaceitação.


LI. VRA. ÇO. 


E tá lindíssimo no K.U esperando por você


Pra colocar esse inglês pra jogo!





Outra vantagem linda do K.U é o acervo ser poliglota. Você encontra histórias em outros idiomas além do português, e se tem algo que eu panfleto nessa vida são as vantagens de ler em inglês e por onde começar, inclusive tem post completo sobre isso aqui.


7) Reminders of him, escrito pela Colleen Hoover, é de longe um dos livros mais maduros da autora.


Nos faz refletir sobre luto e o impacto que ações de pessoas em momentos sombrios podem causar, pra sempre, na vida de outras pessoas. É daqueles que você não sabe em que lado ficar, sabe?


Vocabulário muito acessível pra quem tá começando!


8) A próxima indicação é Maybe in Another Life, da Taylor Jenkins Reid, uma das minhas autoras preferidas da vida inteira.


Esse livro foi perfeito para refletir sobre a vida, quantos outros universos paralelos existem por aí, como somos guiados tanto por escolhas quanto por um pedacinho do destino. Você pode esperar conhecer personagens falhos, momentos intensos e muita gratidão.


Não é meu favorito da autora, até porque Malibu Renasce e Os Sete Maridos de Evelyn Hugo existem, mas esse também é um livraço!


Pra quem gosta de livro triste





9) Por último mas definitivamente não menos importante, história é tudo que me deixou, do Adam Silvera!


Pensa só: um menino morre e o livro agora acompanha o ex namorado dele e o atual tentando navegar pelo luto.


Que belo tiro na cara. Poético, cheio de personagens muito bem construídos e uma narrativa deliciosa, vai com certeza te deixar deprê.


10) O fundo é apenas o começo, por Neal Shuterman.


Um livro desconfortável, difícil de ser lido e extremamente necessário. Um jeito muito criativo de representar a doença mental, e a nota do autor deixa a história ainda mais especial.


Com certeza uma história que continua mesmo quando a última página termina, brilhantemente escrito.


"A moral da história é que não devemos nos libertar dos nossos monstros. Não, devemos abandonar tudo no mundo, menos eles. Devemos alimentá-los tanto quanto lutar com eles, submetendo-nos à solidão e à infelicidade sem qualquer esperança de fuga.”


Espero que goste das leituras e que consiga a promoção da próxima vez! Caso contrário, lembre-se sempre que sempre terão histórias incríveis por lá que vão fazer tudo valer a pena, então não desanima.


Siga nosso perfil no instagram, @fantasmaliterario, para não perder mais conteúdos, tem post todos os dias! 


Também estamos no tiktok (@fantasma.literario) e no pinterest. 


Te vejo do lado de lá! Abraço das Fantasmas.







60's fever - roubando inspirações porque Tudo é História

 




“Subtrair coisa móvel alheia, mediante grave ameaça, reduzido à impossibilidade de resistência – pena: reclusão de 4 a 10 anos” diz o Código Penal Brasileiro em seu artigo 157, sobre roubo.


Ufa. Estamos de boa, pessoal!

histórias pra você virar a noite lendo



Quem nunca passou as noites em claro, se perdendo (ou se encontrando) em histórias que, mesmo sem saber ainda, passariam a fazer parte da sua?

como reagir quando não há Nada Para Ver Aqui | Kevin Wilson

 


O que você faria se tivesse que cuidar de duas crianças que pegam fogo?

o paralelo entre minha crise de identidade, Harry Styles, livros, músicas e Heartstopper

 



Bu! Uma fantasma passando com uma linha de raciocínio meio depreshow.


Queria deixar bem claro que a sensação de Não Saber Quem Eu Sou E Não Fazer Ideia De Como Ser Eu Mesma não é de hoje, mas foi só recentemente que eu ouvi ela numa música e aí meu sentimento foi validado. Antes disso eu achava que essa sensação era só um produto da minha habilidade de dramatizar tudo.


A música é “My Own Person” de Ezra Williams. Eu ouvi de madrugada durante a minha volta de ônibus de São Paulo para o Espírito Santo, acho que dois dias depois de Heartstopper ter estreado na Netflix e eu ter ficado completamente obcecada com a trilha sonora.


Essa música toca na cena em que o Nick senta no chão do quarto meio desesperado e dá um Google em “eu sou gay?” tentando entender mais que poderia estar acontecendo com ele, e a combinação de melodia e letra tornou tudo bem rude & illegal. Eu vim escutando essa música, sem brincadeira, por umas 3 horas no repeat.




Não quero me esquecer do quão sensível e vulnerável eu me senti ao ouvir a música, porque eu sinceramente acho essa uma das coisas mais bonitas sobre mim, que eu estou aberta a me conectar com arte, sabe?


O que eu queria esquecer ou pelo menos lidar de uma maneira melhor foi a tristeza e solidão que eu senti por me conectar com ela. Se liga:


Been rotating the same two outfits for three years now Waiting for some kind of inspiration To make me feel like I'm my own person

 

But buying new clothes just makes me feel down Having new style cause me more attention And I don't feel like I'm my own person

 

I just feel like some other version of me

 

Been talkin' 'bout the same problems for years now But nothing I do seems to make things happen I try too hard, guess I got to keep searching

 

Alternando entre as mesmas duas roupas há três anos Esperando por algum tipo de inspiração Para me fazer sentir como se eu fosse minha própria pessoa

 

Mas comprar roupas novas só me faz sentir mal Ter um novo estilo me chamaria mais atenção E eu não me sinto como se fosse minha própria pessoa

 

Eu só me sinto como uma outra versão de mim

 

Há anos que falo sobre os mesmos problemas Mas nada do que faço parece fazer as coisas acontecerem Eu tento muito, acho que tenho que continuar procurando

 

O Link pra ouvir ela no spotify é esse aqui.


Ao mesmo tempo que eu queria destruir a auto obsessão morando em mim, eu queria me sentir à vontade para simplesmente existir e ser o mais autêntica possível, e não me preocupar tanto com a maneira que eu sou percebida.


Honrar meu nome, meus gostos, meus sentimentos, medos, paixões e jeitinhos. Estar aqui de coração aberto e determinada a sentir tudo que há pra sentir nesse mundo. Fazer valer a pena e me conectar com pessoas, manja?


Já ouviu falar da crise dos 20 e tantos anos? Então, eu sinto que moro nela desde que eu tinha 11, mas vou responsabilizar tudo isso na minha personalidade de uma Tipo 4w3 (falando nisso, você sabe seu eneagrama? topa fazer o teste?)


Acho que eu nunca estive confortável na minha própria pele, e é como se essa sensação fosse um corredor com várias portas, sabe? Várias coisas fazem com que eu me sinta assim. Meu relacionamento com meus pais, com minhas amigas na época das 5 escolas diferentes que eu estudei, com o pessoal da minha cidade pequena, com a relação que eu tenho com a internet.


Não precisa me dizer que “todo mundo se sente assim”, essa é sinceramente uma das coisas mais insensíveis que você pode dizer a alguém. Eu sei que eu não a única, e ainda bem! Mas onde é que tá todo mundo? Normalizem ter essas inseguranças no meio do rolê quando tá todo mundo meio bêbado em vez de te olharem torto e falarem “alguém suspende o vinho dela”.


Alexa, toca Satellite do Harry Styles!


sPiNnInG OuT WaItiNg FoR yOu tO PuLL mE iNnnNn




Já ouviu essa música? muito boa, né? Se não, você pode ouvir Satellite no spotify.


Enfim, e aí foi recentemente que eu fui - mais uma vez - validada por um livro que descrevia perfeitamente o que eu sentia, e a lição dele virou uma chave na minha cabeça.


O livro é “people we meet on vacation”, da Emily Henry. Agora que eu escrevo esse texto, ele ainda está pra ser publicado aqui no Brasil como “De férias com você” e eu só quero uns segundos pra falar: que tradução de título merda.


Thank you for listening, let’s move on.


Na história, Poppy cresce com uma vontade insana de viajar e rodar o mundo, e isso foi regado pela sensação de não pertencimento a sua família, escola, cidade, amigos daquele nicho. Orra se eu me senti vista.


Quer mais um tapa na cara? Ela não tinha necessariamente vontade de viajar, ela tinha vontade de fugir. Aí, uns 15 anos depois do fim do ensino médio, há várias horas de avião de distância da sua cidade natal, no meio de um metrô lotado em Nova York, ela esbarra com um antigo colega de classe que foi babaca com ela.


Nesse momento ela descreve pensar que você pode correr e voar o quanto quiser, mas que não tem como fugir de certas coisas. Eu consegui ouvir a minha vontade de fazer um intercâmbio apressado pro outro lado do mundo pra fugir de casa rindo alto da minha cara.


Ela fala o seguinte:


“Suddenly we’re not kids anymore, and it feels like it happened overnight, so fast I didn’t have time to notice, to let go of everything that used to matter so much, to see that the old wounds that once felt like gut-level lacerations have faded to small white scars, mixed in among the stretch marks and sunspots and little divots where time has grazed against my body.

I’ve put so much time and distance between myself and that lonely girl, and what does it matter? Here is a piece of my past, right in front of me, miles away from home. You can’t outrun yourself. Not your history, not your fears, not the parts of yourself you’re worried are wrong.”

“De repente não somos mais crianças, e parece que foi da noite para o dia, tão rápido que não tive tempo de perceber, de largar tudo o que antes importava tanto, de ver que as velhas feridas que antes pareciam como lacerações profundas se desvaneceram em pequenas cicatrizes brancas, misturadas entre as estrias e manchas solares e pequenos buracos onde o tempo roçou meu corpo.

Eu coloquei tanto tempo e distância entre mim e aquela garota solitária, e o que isso importa? Aqui está um pedaço do meu passado, bem na minha frente, a quilômetros de casa. Você não pode fugir de si mesmo. Nem da sua história, nem de seus medos, nem das partes de você que você teme que estejam erradas.”

 



Uma hora dessas, sabe? Se torna puxadíssimo.


E aí, depois que eu me pude expressar em palavras o eterno desconforto incurável que eu sentia há tanto anos, eu comecei a enxergar ele em tudo a minha volta. Filmes que eu assisto, outros personagens literários, músicas e mais músicas que me faziam entender mais um pedacinho de como eu me sinto.


É como se a cada porta que eu abrisse, o que estivesse ali me lembrasse do quão nada parece autêntico ou "a ver comigo".


Então quem eu sou, se não simpatizo com o que está a minha volta? Como eu sei para qual direção eu devo ir pra me encontrar?


Não me entenda errado, é importante e especial se conectar com arte, mas é meio solitário sentir essas coisas e não achar que tem muito espaço disponível para compartilhar.


Mas acontece que tem, porque eu vivo numa parte da história que a internet já existe, olha que maravilha.


É difícil que alguém te veja se você também não olha para si mesmo e não se dá o trabalho de lidar com o que tá rolando dentro do seu peito. É igualmente difícil que alguém te ajude a levantar se você não estende a mão, sabe?


Então eu tô aqui escrevendo isso. Essa sou eu fazendo a minha parte e deixando outras pessoas verem um pedaço de quem eu sou no momento. Yay, therapy!


Espero que esse texto incentive você que está lendo em algum momento da história da humanidade a conversar sobre seus sentimentos com alguém.


E se você quiser, sei lá, conhecer mais sobre paranoias que eu tenho toda vez que leio um livro, vem conhecer o perfil do Fantasma no insta que tem tudo sobre Histórias! Meu perfil pessoal no app é @bellimarino_ e você também pode me encontrar no spotify clicando aqui.


Leia o livro people we meet on vacation, escrito pela Emily Henry também!



Conversations With Friends

 


Mais uma vez, a Hulu produziu uma série de televisão irlandesa inspirada em uma obra escrita por Sally Rooney, conhecida e (quase sempre) amada por sua escrita nada convencional e a falta de muitas movimentações na história.

quanta coisa mudou desde O Corcunda de Notre Dame?

 



O corcunda de Notre Dame foi o primeiro livro do projeto Fantasma Clássico que eu li e ele me fez pensar em como algumas coisas continuam do mesmo jeito na nossa sociedade, apesar de ser uma história que se passa no ano de 1482.

a sociedade Ás de Espadas | Faridah Àbíké-Íyímídé



O que você faria se uma identidade anônima espalhasse seus segredos mais obscuros, trancados a sete chaves, para toda a escola? 

 

eu te amo CoHo, mas precisamos conversar sobre isso aqui...


Colleen Hoover escrevendo sobre personagens adultos é algo diferenciado, não vou mentir.

 

literalmente viciada em Euphoria

 


Glitter, drogas, sexo e abusos de todos os jeitos possíveis, explícitos e imagináveis.


a sutileza da vida e A Amiga Genial | Elena Ferrante

 


Preciso começar dizendo que eu não fazia ideia do que esperar desse livro.


Eu só sabia que Elena Ferrante é uma autora misteriosa, que escreve sob anonimato e é muito aclamada, com direito a adaptação para o cinema de 2 livros diferentes. Esse, pela HBO, e A Filha Perdida, lançado recentemente na Netflix.


Felizmente, posso mencionar que meu primeiro contato com a escrita da Elena foi um sucesso absoluto.


E é tão difícil falar sobre ele.


A Amiga Genial conta a história de Lila e Lenu, da infância à adolescência, explorando não apenas a dinâmica entre as duas, mas a convivência com todas as pessoas do seu pobre e violento bairro em Nápoles, na Itália.


De cara, percebemos como é difícil para Elena, (nossa Lenu), ser tão igualmente fascinada e desafiada por Lila, uma jovem brilhante e que causa o terror por todos os lugares onde passa, principalmente por causa de sua língua afiada e temperamento forte.


E, quanto mais seus mundos se encontram aos poucos, nós leitores também nos tornamos obcecados.


Obcecados pela amizade, pela inocência de ser criança e começar a entender seu lugar, pelo potencial carregado nas duas, pelas fofocas e todo o drama que ronda a vida de personagens tão reais, imperfeitos e cheios de traumas.



O que mais chamou a minha atenção foi o jeito que a autora descreve a ambientação. É como se o lugar onde elas estão também fosse um personagem, vivo, cheio de pontas afiadas e detalhes que passariam despercebidos se você não estivesse totalmente preso na história.


E é nítido como a precariedade do bairro em que moram e as pessoas ao seu redor as faziam sentir inferiores, não merecedoras de opções melhores... como é estar exposta a coisas que vão ditar o resto de suas vidas, crenças e comportamentos.


E o jeito que a educação se tornou um meio de entender mais do mundo e descobrir que o que conhecem dele não é a única coisa que existe, a verdade universal.


Havia algo de insustentável nas coisas, nas pessoas, nos prédios, nas ruas, que somente reinventando tudo, como num jogo, se tornava aceitável. Mas o essencial era saber jogar, e eu e ela, eu e ela apenas, sabíamos fazê-lo.


A Amiga Genial é uma história completamente Humana e focada na vida dos personagens, com descrições palpáveis e que te transportam para dentro de um mundo de miséria, descoberta, sonhos, intrigas e tantas outras emoções impossíveis de nomear.


Para mim, considero um livro que fala de Tudo e Nada ao mesmo tempo: mesmo em meio a tanta sutileza, é impossível não sentir o impacto de temas muito mais profundos do que aparentam.


A Amiga Genial é o primeiro de uma série de 4 livros, contando a história das personagens principais a cada fase de suas vidas. 




tô de ressaca, e agora?


 



Não sei você, mas a ressaca literária vem assombrar as Fantasmas de vez em quando, e isso é normal, mas convenhamos que também é um saco, né?

A famosa ressaca literária é aquele estágio em que você fica em um limbo em conseguir se aprofundar em alguma história, às vezes por ainda tá preso na anterior (eu te entendo), porque tá cansado de ler (eu também te entendo), ou porque tá sem muito tempo para ler (...sim, eu também tô com você nessa).


Bom, se tem uma coisa que uma década de leitura me ensinou, foi a saber lidar com a ressaca!


Continua lendo pra saber o que fazer quando essas situações ali em cima acontecerem!


tô de ressaca porque não superei minha última história


Bom, se isso acontecer, é muito provavelmente porque você ainda não tá pronto pra dizer tchau pra esse universo.


Que tal fazer um “funeral” pra essa história e se despedir para abrir espaço pra outra? O melhor jeito de fazer isso é colocar pra fora tudo que está aí dentro.


Escreva uma resenha, mande um áudio pro seu melhor amigo surtando, crie uma playlist para eternizar a vibe e ouça sempre que sentir saudades.

 

Não siga em frente tão depressa, você tem tempo para honrar uma história que significou muito!


tô de ressaca porque eu cansei de ler 


Ficar saturado e se sentindo sobrecarregado com a leitura em si é um belo de um sinal amarelo, te avisando pra desacelerar.


Insistir em ler quando está tão sem vontade, pode arruinar a sua experiência com uma história que seria incrível.


Se dê um tempo para descansar, tá tudo bem. Respeite seu limite e lembre-se que ler é pra ser prazeroso.


tô de ressaca porque ando sem tempo pra ler


A correria do dia a dia pode ser muito estressante e, às vezes, “parar pra ler” pode gerar ansiedade.


Pensa comigo: você acorda cedo, trabalha, estuda, se exercita, dá atenção para sua família, amigos e responsabilidades, e chega no final do dia, quando você tem um tempo pra você, sua energia acabou.


Aí, ler parece ser algo que te cansaria mais ainda.


Você pode dar uma chance para os audiobooks pra que isso não aconteça, sabia? 


Assim, você ainda mantém contato com a leitura e ainda pode combinar com outras atividades como:

  • arrumar a casa + audiobook

  • skincare + audiobook

  • academia + audiobook

  • transporte público + audiobook


O mais importante: lembre-se que você não está sozinho nessa, ressaca literária acontece com os melhores leitores!


Manda esse post pra um amigo leitor que precisa de ajuda com a ressaca também, e não deixa de seguir a gente no instagram também, tem muitas outras histórias te esperando por lá 🤍✨


Me conta aqui, o que você gosta de fazer quando a ressaca literária bate? 


motivos para assistir (e se apaixonar): Tick, Tick... Boom!


Não adianta negar que sou uma pessoa dos musicais.

janeiro sem defeitos: minhas melhores leituras



O primeiro mês de 2022 já chegou ao fim e fiz escolhas de leituras tão boas nesse começo de ano que, confesso, estou até com medo de quando chegar a primeira experiência “bomba”. 😬

Talvez Você Deva Conversar com Alguém | Lori Gottlieb


Você já terminou de ler algo e pensou, com toda a certeza do mundo, que vai não só carregar a história dentro de si para sempre, mas recomendar para absolutamente qualquer ser humano que passar por seu caminho?

como criar o cenário clássico da sua história preferida

 


Quão longe eu preciso ir para ir longe demais?

olhe nos meus olhos, sustente meu olhar, e Me Chame Pelo Seu Nome

 



A perspectiva dessa história de amor era tudo o que a Isabelli de 2021 queria, mas eu ainda estava em 2017 quando comprei esse livro, então eu li 30 páginas e fiquei entediada.


Aqui vai um brinde a mudança de estações, porque hoje, cinco verões mais tarde, a premissa de um breve e intenso romance entre um adolescente um pouco maduro demais para a idade e um homem ligeiramente vai velho em uma pequena cidade da Itália tem muita chance de me fazer gastar o resto da tinta da minha caneta para grifar os diálogos.


A história é sobre família, compaixão, e sobre aceitar as mudanças que alguém pode causar em vocêÉ um amor de uma vida inteira de uma pessoa para outra.


O livro é uma poesia constante, e a maneira que o autor conseguiu retratar a obsessão, intensidade e insegurança de uma pessoa de 17 anos para lidar com o amor e a autodescoberta foi lisonjeadora.


Como uma jovem de recentes 22 anos que eu sou, por muitas vezes eu me irritei com a forma superior e esnobe que os adultos costumavam tratar as angústias de quando éramos mais novos, como se fosse algo supérfluo ou besta.


Pois eu digo que gostaria de sentir a vida com a mesma intensidade que eu sentia com 17 anos, e André Aciman foi brilhante ao pintar o retrato do jovem Elio e de transparecer suas emoções tão vibrantes e profundas.


Passado durante os anos 80 em um verão italiano que parecia interminável, a interação, amizade e amor de Elio e Oliver são banhadas em uma sensualidade sofisticada.


Perlman, um professor americano de antiguidade clássica, mora com sua esposa Annella em uma cidade rural no interior da Itália junto com seu filho Elio, um adolescente de 17 anos solitário e extremamente talentoso, que passa seu tempo transcrevendo e compondo variações de música no piano.


Não vou mentir, fiquei com inveja de morar em uma casa com uma família tão culta, onde todos falam inglês, francês e italiano. Aqui em casa a gente mal mal fala português direito. Enfim, não vem ao caso.


O foco da história é em Elio e em sua angústia fervescente. Ele se derrama em livros e se enfurece pela casa enorme enquanto o longo e quente verão começa, rabugento e meio mal humorado, sem saber o que fazer consigo mesmo ou com sua sexualidade sem forma.


Seu senso de incompreensão e sentimento de impotência por sempre ser visto como “a criança” são claros durante o livro, e o fato de não conseguir se conectar muito bem com os demais jovens da cidade, o deixa sempre com um ar solitário, o que torna o livro muito mais especial, na minha opinião.


Todos os anos, seu pai convida um estudante da universidade para passar o verão com a família e ajudá-lo nas pesquisas, e naquele ano é o escultural Oliver, com seu jeito americano, extra confiante e seguro em sua própria pele, que se torna muito querido rapidamente por todos.


O que é tão incrível é o conceito de lazer que é atrelado ao prazer e a pura despreocupação.


Ninguém parece ter muito o que fazer em termos de trabalho, apesar das referências do Oliver que está escrevendo um manuscrito e traduzindo peças do Italiano para Inglês, mas ele ainda faz essas coisas na beira da piscina, empapado de protetor solar e um copo de limonada do lado.


O fato de eu ter lido esse livro nas minhas férias em meio a um verão na beira da praia da minha também cidade pequena meio que rural, me deixou ainda mais apaixonada.


As pessoas tomam sol, param impulsivamente o que quer que estivessem fazendo para nadar, comem sem pressa nenhuma no quintal de casa, passeiam de bicicleta até a cidade para beber em bares ou se reúnem para jogar tênis.


Quase como uma história sem plot, é um eterno momento em que nada está acontecendo mas tudo está acontecendo ao mesmo tempo, sabe?


Elio e Oliver chamam a atenção um do outro com olhares, provocações sarcásticas e interações no andar de baixo da casa, nos corredores ou em seus quartos que são separados somente por um banheiro em comum, e eu juro, dá pra sentir o ar vibrando com cada bilhete trocado. Cada carícia casual. Cada “como você sabe de tanta coisa?” perguntado e com “eu não sei de nada que realmente importa, Oliver” respondido.


Ambos os personagens se envolvem com mulheres no decorrer da história, mas a cada página virada você percebe o destino que esse caminho vai levando.


Mas a estrela do livro mesmo foi o pai do Elio, que entregou um discurso de sabedoria, compreensão e apoio ao filho que eu só consigo enxergar como bondade. Mais ainda, como bondade moral.


Quase como se ele estivesse falando com o filho como gostaria que tivessem falado com ele, e essa foi a chance que o universo lhe deu de reparar um trauma antigo.


Vocês dois tiveram uma amizade muito bonita. Você é esperto demais para não saber o quão raro é e o quão especial é o que vocês dois tiveram. O que vocês tiveram não tinha nada a ver com inteligência. Ele era bom. E vocês dois tiveram sorte de terem se encontrado porque você também é bom.


Quando você menos espera, a natureza tem maneiras astutas para encontrar nossos pontos mais fracos. Apenas, lembre-se de que eu estou aqui. Agora, você pode desejar não sentir nada. Talvez nunca tenha desejado sentir algo. Mas sentir algo, você obviamente sentiu. Vocês tiveram uma amizade linda. Talvez mais do que amizade. E eu o invejo. No lugar de onde eu vim, a maioria dos pais esperaria que tudo passasse. Eu não sou esse tipo de pai.


Nós arrancamos tanto de nós mesmos para nos curarmos mais depressa das coisas, que ficamos esgotados perto dos 30 anos. E temos menos a oferecer cada vez que começamos algo novo com alguém novo. Mas, se obrigar a ser um insensível, assim como não sentir coisa alguma, que desperdício! E direi mais uma coisa que esclarecerá melhor. Eu posso ter chegado perto, mas nunca tive o que vocês dois tiveram. Algo sempre me detinha ou ficava no caminho.


Como você vive sua vida, é algo de sua conta. Lembre-se que nosso coração e nosso corpo nos são dados apenas uma vez. E antes que perceba, seu coração estará esgotado. Quanto ao seu corpo, chegará a um ponto em que ninguém vai querer olhar para ele, muito menos chegar perto dele. No momento, você sente tristeza, dor… Não as mate. Muito menos a felicidade que você sentiu.


A história tem uma qualidade tão palpável! As descrições de lugares, texturas de roupas, sabor das bebidas, até mesmo a textura das cascas das frutas, tudo é extremamente sensorial, e eu vangloriei cada palavra de cada página, e depois cada cena de cada minuto do filme.


Outra obra prima!


A paixão e o drama são expressos em diálogos e trilha sonora, mas também nas texturas vibrantes e íntimas que envolvem os personagens. Como eu disse, tudo muito palpável.


Eu consegui sentir a frieza do mármore, a sensação do suco das frutas que escorrem no queixo quando você dá uma mordida empenhada, a sombra e luz, o brilho de suor nos atores. O livro e o filme tornam o olhar quase tátil, meio que te convidando a acariciar as páginas e a tela.


Recomendo muito você ler antes de assistir ao filme, mas ambos são excelentes em sua própria categoria!


Você pode comprar o livro em português (e apoiar a comunidade do Fantasma sem gastar a mais por isso) clicando bem AQUI.


Boa leitura <3



como a leitura mudou a minha vida

 



Eu gosto de pensar que eu leio desde que me entendo por gente, mas às vezes eu nem me entendo por gente ainda. Efeito colateral de ter quase 22 anos, eu acho.


De qualquer forma, a leitura é muito mais que meu refúgio, mais que meu passatempo para quando eu estou entediada e ainda mais do que fonte de conhecimento.


O hábito da leitura é parte de quem eu sou desde que a biblioteca da escola me cadastrou para levar gibis da Turma da Mônica para casa, na primeira série.


E digo mais, incentivar pessoas a conhecerem a magia da leitura é um dos meus maiores prazeres. Eu falo isso porque eu consigo identificar 4 pilares que o hábito de ler me trouxe ao longos dos anos, e saber que alguém pode ter a vida transformada assim como eu tive a minha, é combustível suficiente para mim.


Aqui estão 4 motivos e exemplos de como a leitura mudou a minha vida, e eu espero que te inspire de alguma maneira.


1) aprendi a entender e processar meus sentimentos


Como uma pessoa que ainda não viveu o bastante nessa Terra (oi, eu nasci em 2000), mas viveu o suficiente para experimentar um pouco da angústia que a existência humana e o amadurecimento pode proporcionar, ler livros me ajudou a processar meus sentimentos e ter clareza para lidar com minhas aflições.


Lembro da primeira vez que eu li “Uma Vida Pequena” (da autora Hanya Yahagihara), e ela descreveu uma cena onde um dos personagens se comparava com os amigos e com a naturalidade que eles aproveitavam o que a vida lhes ofereciam, sem pensar demais sobre o prazer de desfrutar de algo que você talvez não mereça.


Lembro que li esse parágrafo várias vezes, marquei, e um ano mais tarde levei o tópico para discussão na minha sessão de terapia!


Ler as angústias, vitórias e melancolias de outras pessoas (ou melhor, de outros personagens), me ajuda a identificar as minhas próprias, e isso é um privilégio do mundo literário.


2) elevou a minha autoestima - não ao ponto de ser insuportável, pode ficar de boa


O complexo de Deus é algo para se tomar muito cuidado, mas não sou capaz de não me sentir orgulhosa ao notar a minha habilidade em conversar sobre tantos assuntos diversos, graças ao hábito da leitura.


A verdade é que a leitura é uma fonte inesgotável de conhecimento, seja em um livro de autoajuda, numa ficção histórica, ou em um romance sessão da tarde. Sempre há algo novo para aprender, duvidar ou enxergar a situação por um ponto de vista diferente.


3) me tornei uma pessoa melhor - mais compreensiva e empática


Alguns livros têm o poder de despertar sentimentos e desenvolver a empatia. E não só isso, mas também a habilidade de ver diferentes perspectivas de uma mesma história, e inspirar o leitor a correr atrás de seus sonhos (talvez um em comum com o personagem, inclusive).


Mesmo que seja fictício, a leitura nos conecta com a realidade de outro alguém e podemos entender o que é estar na pele daquela pessoa.


Me identificar com alguns comportamentos e valores fez com que eu transportasse para a vida real a mesma gentileza que eu tinha para entender personagens. Até porque, querendo ou não, todos estão vivendo uma história única.


Todos nós somos personagens de várias histórias, tanto protagonistas quanto secundários, e saber disso traz à tona a capacidade de se solidarizar com vivências distantes da nossa realidade.


4) nós, leitores, somos mais criativos


Bom, não sei se isso é de conhecimento geral, mas achei legal trazer um tópico para enaltecer a criatividade que a leitura dá ao leitor.


Ler histórias potencializa a criatividade na hora de ter ideias, resolver problemas e criar algo novo, e esses são só alguns exemplos da magia da construção de histórias.


Diferente de filmes e séries, já que esses contam com cenários, atores e trilhas sonoras que reforçam o sentimento a ser transmitido, a leitura te leva para um mundo invisível.


Você imagina cenas, momentos e até aparências de personagens. Você cria outro mundo dentro do seu próprio universo, como se fosse uma subpasta, de acordo com o que você já viveu e leu, e isso é um baita estímulo para a criatividade e imaginação.


Essa é a sua deixa para priorizar a leitura em 2022! E lembre-se: ler é um hábito que precisa ser estimulado.


Tudo se cria. Tudo é história.





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