The End of The F***ing World | NETFLIX

Se você faz parte de todos nós, seres mortais com um pouco de sanidade que assinam a gloriosa Netflix, deve ter visto o trailer e anúncio dessa série que foi lançada no começo do mês de Janeiro.

Começo essa "resenha" dizendo que me interessei pela série logo de cara pelo título (afinal, "fucking" é uma palavra maravilhosa), e por estar curiosa em relação aos personagens. 

Aquele tipo de série que você vê e pensa: olha só, deve acabar em desastre e eu provavelmente vou me frustrar em algum momento. O que mais eu poderia querer? 

A grande vantagem, (pelo menos pra mim), é que os episódios tem em média meia hora de duração para menos, facilitando a sua vida caso você também não consiga se controlar e quando percebe está maratonando e acabando com a série em uma sentada só. 

(Foi mais ou menos isso o que aconteceu comigo. Exatamente isso, para ser sincera. I'm not sorry). 

A 1ª e até então única temporada conta com 8 episódios que te deixam intrigados o suficente para não ter vontade de parar até ver onde Alyssa e James vão chegar. 

Em uma viagem de carro quase completamente mortal, numa tentativa dos dois de escaparem de suas vidas em famílias que não são ideais para si, diversas leis são quebradas quando os mais bizarros acontecimentos traçam sua jornada desfigurada, sem pé nem cabeça.

A expressão "partners in crime" nunca fez tanto sentido. Se assistiu, sabe o que quero dizer. 

Para começo de conversa, James suspeita que é um psicopata por ter sentido um doentio prazer em matar animais e que está ansioso para encontrar uma vítima maior: que é quando Alyssa vem a calhar. A garota desbocada e com pose esnobe de quem (literalmente) não dá a mínima convence o perturbador garoto a fugir com ela para longe daquela realidade maçante e sem sentido. 

A cada xingamento e situação desconfortável, ambos percebem que podem acabar gostando um do outro de verdade, o que acaba com os planos homicidas de James e confunde a até então inatingível Alyssa. 

Admito que gostei de tudo, desde os diálogos nada convencionais entre os personagens até a agonia que me dava cada vez que a políca parecia mais próxima de encontrá-los e enfiá-los numa cela. 

Mas o final... 

Ah, não.

Não, não, não, não. 

Mil vezes não. 

Por quê? Por que terminou desse jeito? 

O final foi péssimo. Não pareceu um final, de maneira alguma. 

Portanto, se eu já suspeitava que ia me frustrar porque acabaria em desastre, acertei em cheio. Eu deveria honestamente ganhar um prêmio. 

Sendo sincera, "frustração" talvez nem seja a palavra certa para definir... fiquei com raiva daquele desfecho que deixou milhares de perguntas não respondidas. Agonia. Um leve desespero. 

Portanto, se a Netflix queria uma série que te obrigasse a assistir às futuras temporadas, ela atingiu seu objetivo com maestria. 

Se não tiver continuação...

Não gosto nem de pensar sobre isso. 

Apesar dos pesares, eu não me arrependo de ter conferido essa produção original (e mais uma vez genial) dessa plataforma tão querida por todos nós. 

Em um resumo sincero de poucas palavras e muita contradição, digo: 

Assista. Garanto que você vai odiar. Mas vai amar.

Afinal, todos ficaríamos um pouco loucos ao pensar no Fim do Fucking Mundo. 

[...]

Naquele dia, eu aprendi que o silêncio é muito alto. Ensurdecedor. Quando você tem silêncio, é difícil manter as coisas fora. Está tudo ali, e você não pode se livrar disso.