E, depois de ter visto que ela levou 2 indicações para o Globo de Ouro deste ano, senti que chegou a hora de falar sobre ela por aqui!

Como seguir em frente quando você tem certeza de que todos os seus maiores medos vão se concretizar?

Blythe não teve a experiência espetacular e incondicional esperada ao se tornar mãe. Nesse caso, foi totalmente oposto ao que ela poderia imaginar.

Até o nascimento de seu segundo filho, ela teve que viver carregando o medo e a culpa de sentir que está fazendo tudo errado: sua pequena Violet não a aprecia, seu marido parece decepcionado e, conforme a garotinha vai crescendo, o comportamento dela se mostra cada vez mais sinistro e suspeito. 

Uma criança não seria capaz de tamanha maldade. Ela não a havia criado assim… certo? Precisa ter uma explicação lógica para tudo isso. 

Todos os acidentes. Todas as coincidências desagradáveis que mostram Violet no lugar errado, na hora errada. É normal. É sempre difícil na primeira vez. Todo esse trabalho vale muito a pena, né?

Não. É?

O livro me fez refletir muito sobre como a nossa criação pode nos impactar ao longo da vida: em nosso comportamento, nossas escolhas e, principalmente, nossas inseguranças. Não foi difícil perceber o padrão que se repetiu entre as vidas de Blythe, de sua mãe e de sua avó. 

Ao longo de toda a narrativa, somos levados a flashes do passado e isso foi ideal para compreendermos mais sobre nossa personagem tão aflita. 

Achei muito interessante como a autora mostrou toda a expectativa da sociedade quando o assunto é maternidade e o que se espera de uma mãe. Aos poucos, vemos como Blythe se sente perturbada e passando a desconfiar de tudo ao seu redor.

Uma parte de mim sabia que nunca mais existiríamos do mesmo modo.