quanta coisa mudou desde O Corcunda de Notre Dame?

 



O corcunda de Notre Dame foi o primeiro livro do projeto Fantasma Clássico que eu li e ele me fez pensar em como algumas coisas continuam do mesmo jeito na nossa sociedade, apesar de ser uma história que se passa no ano de 1482.


Margem da sociedade feat. falta de opinião própria


Na história de Victor Hugo, a sociedade fica mais que feliz em repetir comportamentos sem nenhum pensamento crítico e coerente, e nesse caso foi a marginalização de pessoas com deficiência, como o Quasímodo.


Acontece que, na obra, a discriminação, crueldade e injustiças direcionadas ao Quasímodo partem dos governantes e dos guardas, que por ocuparem um lugar de autoridade na sociedade, influenciam o restante da sociedade a repetirem o comportamento.


A marginalização de pessoas com deficiência também é perfeitamente mostrado no livro Flores para Algernon, que tem resenha aqui no blog, e é um livro que panfletamos bastante!


Mas essa não foi a única coisa que eu notei semelhança com o mundo hoje!


Forever young


Como uma jovem adulta de 22 anos, é impossível não notar a objetificação da mulher e a sexualização infantil que é muito mencionada na história de 1482 e também agora em 2022.


Victor Hugo descreve a personagem Esmeralda como uma menina de 14 anos cheia de vida e olhar magnético, mas os olhares que ela atrai são de homens bem mais velhos.


Na metade do livro, nós vemos a Esmeralda se apaixonar por Febo, um homem muito mais velho, famoso na sociedade que não quer mais que sua “inocência”, if you know what I mean.


Febo é o nome que representa o Sol e o deus greco-romano Apolo, sabia? É o deus que representa juventude eterna e beleza, ele é seu próprio sol.


Isso me lembra aos nossos galãs de hoje em dia, como o Leonardo DiCaprio, que depois da fama, nunca teve um relacionamento público com uma mulher com menos de 25 anos, e isso virou até piada em festas de aniversário! 


"hahaha, você tá oficialmente velha demais pro Leo, feliz 25!"


Ou até mesmo o “rei” Roberto Carlos que, aos 81, namora a ex participante do The Voice, Tamara Angel, de 27 anos.


Disclaimer: isso não quer dizer que relacionamentos onde os parceiros com uma diferença discrepante de idade não dará certo, mas certamente me faz ponderar o que em uma mulher bem mais nova atrai homens mais velhos.


Estariam eles buscando por uma juventude eterna? Não sei. O que eu sei, é de uma construção social, que é o próximo tópico.


Não é de hoje


Se tem uma coisa que nós meninas crescemos ouvindo é que mulher amadurece mais rápido que os homens, e temos uma explicação científica para isso, mas eu quero citar aqui a construção social.


A ideia de que homens mais velhos possuem todos os meios necessários para cuidar das mulheres perpetuou por bastante tempo no mundo, principalmente quando pensamos que nas diferenças que mulheres enfrentam no mercado de trabalho hoje.


Não só homens mais velhos, mas geralmente figuras de autoridade, que coagem suas vítimas. Isso é explicitamente abordado nos livros Lolita (por Vladimir Nabokov), Três Mulheres (Lisa Taddeo) e Minha Sombria Vanessa (Kate Elizabeth Russell).


Eu também pensei muito nessa questão quando estava lendo A Vida Invisível de Addie LaRue, escrito pela V.E. Schwab, autora de Vilão.

 

Na história de fantasia criada por V., Adeline LaRue faz um pacto com um deus que não deveria, tudo para fugir do estereótipo de esposa dependente que se tornaria ao se comprometer em um casamento arranjado com (adivinha?) um homem muito velho.


Fica aí a indicação de um livraço, 5 estrelas, uma das melhores histórias do ano até agora!


Anyways... essas foram algumas coisas que eu pensei durante a minha leitura de O Corcunda de Notre Dame pela primeira vez em 2022. 


Você já tinha pensado sobre isso? Me conta nos comentários e compartilhe esse post para incentivar a conversa com alguém!


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