Conversations With Friends

 


Mais uma vez, a Hulu produziu uma série de televisão irlandesa inspirada em uma obra escrita por Sally Rooney, conhecida e (quase sempre) amada por sua escrita nada convencional e a falta de muitas movimentações na história.


Conversations with Friends acompanha Frances, uma jovem de 21 anos que, enquanto participa de uma roda de poesia com Bobbi, sua ex-namorada e atual melhor amiga, conhecem Melissa, uma escritora talentosa.


Essa nova amizade abre um novo e complicado mundo para as duas, criando novas experiências e encontrando um amadurecimento que não esperavam, especialmente quando Frances passa a se envolver romanticamente com o marido de Melissa, Nick, um ator muito charmoso de poucas palavras.


O que, é óbvio, causa muita tensão durante toda a história.


Veja o que achamos do livro:


A série ideal para quem quer conferir uma produção linda, trilha sonora impecável, com direito a música original da Phoebe Bridgers, e, o melhor de tudo: performances que dão vida a toda a vulnerabilidade tão característica em personagens de todas as histórias da Sally.


Tudo dentro de episódios curtinhos, de aproximadamente meia hora cada um.


Temos resenhas das outras histórias por aqui:


Eu diria que a série toda fez muito bem em seguir esse tom melancólico, que também foi essencial em Normal People, seguindo um certo padrão e intensidade que te prendem numa narrativa cativante, única e até um pouco peculiar.


Entre dores, amores e falsas certezas sobre a vida, é fácil se envolver com uma história que traz à tona tantos questionamentos sobre tudo o que é certo, errado ou difícil demais de admitirmos a nós mesmos.


Foi muito interessante o jeito que representaram como pode ser difícil, às vezes, para nos comunicarmos ou encontrar um jeito de explicar o que estamos sentindo. Mesmo para pessoas que confiamos e amamos.


Esse é um elemento muito presente em todos os personagens, mas especialmente na Frances, que está sempre observando tudo à sua volta e encontrando (pelo menos algumas) respostas através da escrita.


Senti que essa dificuldade ficou muito evidente, por exemplo, na cena em que Bobbi a confronta sobre a história que Frances escreveu a respeito do término das duas, e a forma como as enxerga de uma maneira geral.


Outro ponto importantíssimo foi a representação da endometriose na TV, algo que não se falava tanto ou não tinha acontecido de forma explícita até então! Nunca tinha reparado nisso, mas depois de algumas pesquisas percebi que isso aconteceu. 


É importante que isso exista para que outras pessoas com uma experiência parecida se sintam vistas, representadas, compreendidas e acolhidas. Especialmente quando pensamos no fato que 1 em cada 10 mulheres sofre com essa condição.


A moral da história é: você pode esperar por muita dor, complicação e drama envolvidos. Mas, quem sabe? 


Às vezes, as conversas mais difíceis são as mais importantes e, no caso da série, as mais transformadoras de todas.




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