Você é feliz com a vida que tem?
É com essa pergunta extremamente intensa que embarcamos na viagem que é Matéria Escura, um livro aclamado do mesmo autor de Recursão (que, ouso dizer, amamos em todas as nossas linhas do tempo).
Raptado por um homem mascarado, Jason é levado para uma usina abandonada e deixado inconsciente.
Neste novo mundo, Jason leva outra vida. Sua esposa não é sua esposa, seu filho nunca nasceu e, em vez de professor numa universidade mediana, ele é um gênio da física quântica que conseguiu um feito inimaginável. Algo impossível.
Será que é este seu mundo, e o outro é apenas um sonho? E, se esta não for a vida que ele sempre levou, como voltar para sua família e tudo que ele conhece por realidade?
Acompanhar Jason é uma experiência angustiante que você literalmente não consegue parar. O autor te fisga com capítulos curtos, frases diretas e uma narrativa agitada muito parecida com as batidas do seu coração, totalmente acelerado, totalmente inesperado.
Fiquei muito impactada não apenas com a brilhante ciência que o levou nessa jornada, mas o romance arrebatador e todas as dúvidas muito reais sobre nossas incertezas e caminhos não percorridos na vida.
Nada existe a não ser o espaço vazio… e você!
E você não é você. Não tem corpo, nem sangue, nem ossos, você é apenas um pensamento. - Mark Twain.
Blake nos força a refletir sobre todas as coisas de que nós, meros humanos perdidos, somos feitos.
Dúvidas.
Sonhos.
Potencial.
Escolhas. O que é Certo? E errado?
Somos mesmo a nossa melhor versão?
Quantos de nós estão lá fora, insatisfeitos com o caminho trilhado?
Como fugir dessa ansiedade?
De um jeito inusitado, o livro me levou a refletir também sobre tudo aquilo que acabamos negligenciando por estarmos perdidos na rotina cotidiana: aquela pulga atrás da orelha tentando nos convencer de que poderíamos estar fazendo coisas melhores, vivendo de outro jeito.
A grande verdade é que, por mais assustador que pareça… ninguém pode garantir de que tudo seria melhor se você tivesse optado por outra alternativa. Essa indecisão, medo do que está lá fora, existe dentro de todos nós.
O tempo todo. Mesmo que escondamos da melhor forma possível. Mesmo em segredo.
Para mim, existe algo reconfortante nisso, e é um dos principais motivos pela minha paixão por histórias continuar intacta e se aprofundando cada vez mais com o passar dos anos.
Existe algo mais íntimo e bonito do que se expressar? Fazer pessoas ao redor do mundo se emocionarem com o que você sente?
Daqui pra frente, tenho certeza de que vou recomendar essa história caótica de olhos fechados.
Ah, vale ressaltar que se você não é o maior fã de ficção científica do mundo, não precisa se preocupar. Eu sou a última pessoa do mundo a entender qualquer teoria super elaborada (ou bem básica, na verdade) e aproveitei a experiência imensamente!
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O livro é acessível, contagiante, reflexivo e me pegou de surpresa em todos os aspectos e realidades. Principalmente considerando que eu já tinha adorado o outro trabalho do autor, e esse poderia ter sido um desastre completo.
Felizmente, o fato de que engoli essa história em só 2 dias prova que foi tudo muito melhor do que eu poderia ter imaginado.
Seja lá o que aconteça…
Bem-vindos de volta, meus amigos.
Amo esse tipo de história. A última que li foi ficção/fantasia, mas abordava essa ideia de que você não é apenas o que enxerga no espelho. As coisas não são tão simples.
ResponderExcluirAdorei. Vou adicionar esse livro na lista para 2022.