surtei com Recursão | Blake Crouch

Nem sempre eu me deixo levar por todos os livros que estão em alta por aí. Bem, exceto talvez no ano passado, já que nossa lista de favoritos mais parece a página de bestsellers do New York Times. 

Mas, depois de muito tempo sedenta para conhecer a escrita do Blake Crouch... bem, podemos dizer que o título dessa postagem resume bem a minha experiência.

O que você faria se um dia aparecessem memórias vívidas de coisas que nunca aconteceram em sua mente, pintando em tons de cinza todas as suas certezas? 

As vidas de Barry Sutton, policial em luto e Helena Smith, neurocientista em busca de proporcionar um bem para a sociedade, nunca mais serão as mesmas. Talvez a de nenhum de nós seja... e Blake Crouch demonstra e explora o poder da memória como ninguém. 

O livro é de uma profundidade inexplicável, muito mais do que "ficção científica sobre viagem no tempo", até porque, no fim das contas, nem é sobre isso. 

A leitura até certo ponto foi relativamente lenta justamente pela densidade do assunto a ser digerido, mas em momento algum essa narrativa foi considerada como "arrastada". 

O tempo é uma ilusão construída pela memória humana. Não existe passado, presente ou futuro. Tudo está acontecendo agora.

 

O nível de detalhes contidos nas 315 páginas é absurdo, parece o tipo de raciocínio que a Taylor tem pra poder escrever uma música tipo All Too Well ou Cornelia Street. 

Sem falar que nós, leitores, ganhamos de BÔNUS um romance incrível e outros relacionamentos tão incríveis quanto! 

Digo com a maior tranquilidade do mundo que acabei com lágrimas nos olhos e coração acelerado, sedenta por uma continuação. Essa é uma história que com certeza vou levar comigo por muito tempo. 

Mal posso esperar pela adaptação da Netflix, que vai ser produzida por ninguém mais, ninguém menos do que Shonda Rhimes, produtora de Grey's Anatomy, How To Get Away With Murder e Bridgerton!