Dando início ao meu desafio de desencalhar 7 livros em dezembro e estabelecendo um puta de um padrão alto para as demais leituras, pode entrar Colleen Hoover com Novembro 9!
Mais uma vez com seus personagens incrivelmente bem construídos, um plot surpreendente, frases e mais frases que imploram para ser grifadas, Colleen Hoover traz uma história de ficção que fala sobre a vida real.
É 9 de novembro e faz exatamente 2 anos desde que Fallon teve todo seu lado esquerdo queimado em um incêndio que quase tirou a sua vida. Pronta para encontrar seu pai para um café da manhã, ela se decepciona mais uma vez com a capacidade de seu pai, ator famoso, em agir como se os últimos dois anos não tivessem sido um inferno para a filha.
Do outro lado da cabine, Ben, um quase-autor, escuta a conversa entre Fallon e seu pai e, inconformado com o comportamento do ator, resolve interferir.
Fazia tempo que Fallon não era defendida por alguém ou que um rapaz parecia não ligar para sua aparência, que era marcada por cicatrizes de queimaduras que começavam na altura dos olhos e desciam por todo seu lado esquerdo do corpo.
Sem saber que ambos dividiam um aniversário de tragédias, os dois passam as próximas horas juntos, e ficam encantados um com o outro, agradecendo ao destino por forçar o encontro e também o amaldiçoando, pois seguiriam caminhos completamente diferentes.
Ben precisa terminar a faculdade e Fallon irá se mudar para Nova York para perseguir sua paixão - atuar, eles jamais se veriam novamente. E é nesse momento que a vida deles muda completamente.
Tudo estava conectado, tudo começou em 9 de novembro.
Tá, mas você já assistiu aquele filme que faz chorar horrores, Um Dia? Novembro 9 tem a mesma premissa: encontros anuais. Ben e Fallon limitam todo o seu contato em 24 horas juntos, uma vez por ano, sempre dia 9 de novembro.
Bom, eu não costumo gostar muito dessa ideia de insta love, mas parece que a Colleen tem uma habilidade bizarra de combinar as letras do alfabeto com alguma substância química viciante, porque Você Não Consegue Parar De Ler.
Ela é mágica a ponto de garantir que um tema clichê seja inspirador.
A cada novembro 9 que se passa (são 5 ao todo), é uma nova chance de recomeçar, tanto para os personagens quanto para o leitor! A cada novo encontro, o leitor vai percebendo o quanto os protagonistas estão quebrados o que compõe cada peça do quebra cabeça que fazem ser quem eles são.
Cada 9 de novembro que se passa para Fallon é doloroso, só mais um dia para lembrá-la de que como ela não se sente inteira e suficiente, até conhecer o Ben, que a ajuda e lidar com sua autoestima e a incentiva a se fortalecer cada vez mais.
Ele por sua vez quer fazer o bem e ajudar as pessoas que ama, e toma para si a meta de mostrar para Fallon o quanto ela é especial. Mas no fundo, percebemos que ele também está quebrado e que ajudá-la, de certa forma, é um caminho para que ele próprio se ajude.
Agora que faz uns dias que eu terminei a leitura, sei dizer com exatidão os pontos que mais gostei no livro, e porque eu o recomendo: o relacionamento deles é focado no perdão e nas segundas chances da vida. É lindo ver como um aprende com o outro, e a vida real é sobre isso.
É sobre saber ver e escutar o que as pessoas a sua volta têm a te ensinar e como regar relacionamentos com as suas experiências também. Estamos todos aqui tentando nos encontrar.
Seus medos e inseguranças vão mudando ao longo dos anos porque o tempo passa, sabe? Eu, como uma jovem de 21 anos que amadureceu um pouco rápido demais, assim como Fallon e Ben, pude me identificar com um bocado de quebra-molas que esses dois encontram no meio do caminho.
Novembro 9 me ensinou sobre perdão e as segundas chances da vida, e também que você nunca vai se encontrar enquanto estiver perdido em outra pessoa. Eu amei cada página!
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