Quando Tate Collins decide morar com o seu irmão, Corbin, para finalizar seu mestrado em enfermagem, ela não esperava perder a guerra que nem sabia que estava lutando.
Não foi amor à primeira vista, nem transitou os estágios de uma amizade para um romance, mas se envolver com o vizinho e melhor amigo do seu irmão, Miles Archer, foi completamente diferente de qualquer coisa que ela já passou.
Miles, o piloto de avião, não se envolve com nenhuma mulher há seis anos, e ele tem seus motivos, mas o que aconteceu com a irmã do seu melhor amigo foi algo inevitável, simplesmente aconteceu. A possibilidade de ficar com Tate se infiltrou tão aos poucos em seu cérebro que quando julgou mudar de ideia, já era tarde demais.
Só havia duas regras que os dois precisavam seguir: nunca pergunte sobre o passado, não espere um futuro. Caso contrário, o amor fica feio.
Se você já passou por um relacionamento onde você se doou muito mais do que a outra pessoa e não conseguiu escapar deste buraco, esse livro é um grande gatilho.
A Colleen mencionou algumas vezes a comparação de que o Miles era sólido e a Tate era líquido, ele separa as águas e ela é o rastro, e eu não consigo deixar de pensar cada vez mais que essa é a verdadeira definição de um amor disfuncional. Não feio, problemático. Errado. Injusto.
O amor nem sempre é bonito, Tate. Às vezes você passa o tempo inteiro desejando que um dia ele mude. Que melhore. E aí, antes que perceba, você já voltou para a estaca zero e perdeu o seu coração em algum lugar no meio do caminho.
A autora já é mestra a essa altura em escrever sobre relacionamentos abusivos, mas aí é que está a charada e um detalhe que eu discordo de várias pessoas que vi falando desse livro, as quais afirmaram que a Colleen gosta de romantizar uma relação desonrosa.
Eu não consigo enxergar essa história como a romantização de um envolvimento tóxico, eu só consigo ver a representação de um e pelo ponto de vista da presa, e não da caça.
A Tate em nenhum momento demonstra traços de uma pessoa que costuma aturar que homens a tratem de determinada maneira, tanto que o livro descreve cenas em que a personagem põe um ponto final em outras relações por motivos como este.
Entretanto, você percebe momentos em que ela não para de criar desculpas para o Miles, como se algo realmente fosse capaz de justificar o que vinha fazendo. Foi algo gradual e lento, como um bicho se infiltrando aos poucos onde não devia, tentando passar despercebido.
É muito triste ver uma mulher brilhante, honesta, esforçada e trabalhadora sentir-se sem saída de várias situações em um relacionamento confuso e bagunçado. O sentimento que não me abandonou em nenhum momento durante essa leitura foi afinidade pela Tate, assim como pena.
Ter visto de fora os problemas que eu não enxergava quando aquela era a minha realidade foi um banho de água fria.
São nesses momentos que eu valorizo mais ainda a profissão do escritor, aquele capaz de me fazer conectar com pessoas, acontecimentos e praticar a minha empatia.
Me identifiquei tanto com a Tate que não puder deixar de me apaixonar aos poucos pelo Miles também, principalmente por ser transparente que era alguém que precisava de ajuda. Um homem preso no passado sem perspectiva de um futuro diferente, se apegando a culpa e ao martírio.
É doloroso ver ele cedendo ao amor e se punindo em seguida, para somente perceber que se fosse capaz de amar alguém novamente, essa pessoa seria a Tate. E eu me quebrei em um milhão de pedacinhos ao ver ela se apaixonando, desapaixonado e reapaixonando por esse padrão dele.
Ela quer muito mais do que ele está dando, e ele quer muito menos do que ela quer dar, por isso simplesmente aceitam o que têm no momento: o lado feio do amor.
Espero que goste da leitura e que possa absorvê-la como uma tela em branco!
Se gostar, nós fizemos uma playlist com músicas que contam a história do Tate & do Miles para que você viva a experiência ao máximo!
Me conta nos comentários se você já leu esse livro ou se tem curiosidade.
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