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3 dicas para ler mais em 2023


Seja para ler sentadinho na sua poltrona favorita em casa ou aproveitar o trajeto do trabalho, é fato que leitores são pessoas que se adaptam com facilidade.


Depois de consumir tantas histórias e cenários de todos os tipos possíveis e imagináveis, nem tinha como ser diferente, né?

ano novo, cantos novos por aí

 


Ano novo, vida nova: é clichê porque é real!

ser fã é o maior clássico de todos


Uma curiosidade que talvez nem todas as pessoas saibam é que amantes de livros têm uma certa tendência a mergulhar de cabeça na obsessão mais recente.

histórias que fazem o Kindle Unlimited valer a pena




Uma pequena-doce alegria que vem salpicada durante o ano são aquelas promoções da Amazon de 60 dias de Kindle Unlimited por R$1,99, mas a enorme-amarga tristeza é quando eu não consigo me cadastrar e perco essa bendita.


Inevitável me sentir eternamente triste (por 20 segundos) sentindo o funeral dos romances nacionais de autores independentes que enchem a biblioteca do K.U - esse trocadilho nunca fica velho.


Mas eu descobri tantas histórias incríveis lá, que não posso fazer nada a não ser te encorajar a assinar mesmo sem a promoção. Eu te prometo que vale a pena!


Dá só uma olhada nessas indicações de histórias que estão te esperando na biblioteca para mudar sua vida:


Thriller maluco, lições pra vida toda & empatia




1) O Clube da Luta é um clássico cinematográfico e o livro que inspirou o filme, escrito por Chuck Palahniuk, é tão bom quanto!


Tyler Durden, o protagonista da história, acredita ter encontrado uma maneira de viver fora dos limites da sociedade e das regras sem sentido, mas ele fica doidão da cabeça e isso acaba que dificulta o lance todo de… existir.


A história é curtinha, pouco mais de 160 páginas e me deixou completamente abublé das ideias! Icônico. Ah, e claro: Brad Pitt novinho. Preciso dizer mais?




2) As vantagens de ser invisível é outro livro curto, menos de 250 páginas. Mas não se engane, ele é tão denso, bem escrito e carregado de frases e descrições que são quase um espelho - impossível não se identificar - e isso torna ele tudo menos “rápido” de ser consumido.


A história é contada por cartas destinadas a uma pessoa anônima, referida como “caro amigo” durante a história inteira. Charlie é um adolescente passando pelos anos do ensino médio lidando com depressão, ansiedade, traumas e tá sempre encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.


O livro também ganhou uma adaptação em 2012, e é um dos meus filmes/histórias preferidos da vida. Definitivamente vale a mensalidade do K.U sozinho.




3) Flores para Algernon! Uau! 


Tá ouvindo esse som? Sou eu chorando ainda, mesmo depois 2 anos que eu li essa história.


Uma das grandes lições do livro é que inteligência não é, por si só, suficiente quando você não se desenvolve emocionalmente. O livro é excepcional em vários aspectos, tanto por sua mensagem quanto por sua maestria em navegar entre a ficção científica e drama.


Temos resenha completa e sem spoiler dele aqui no blog pra conferir mais, caso se interesse!


Sequência tripla de livros que não prometeram nada mas entregaram tudo!



4) Os garotos corvos, é o primeiro livro da coleção “The Raven Cycle” escrito pela Maggie Stiefvater e a melhor história de fantasia que eu já li até hoje. Sem brincadeira!


Eu panfleto essa história no perfil do fantasma no insta sempre que posso, mas tem um post dedicado somente a ele bem AQUI.


O que torna essa história FENOMENAL é a construção dos personagens. Um grupo de adolescentes nunca foi tão desenvolvido quando esse… não acredito que eles não existem.


Sou completamente maluca por uma adaptação, mas não sei se um dia teremos.




5) Sem coração, pela Marissa Meyer, foi um dos desencalhados esse ano e não acredito que esse livro ficou tanto tempo na estante. Caiu na hora certa!


Como será que a Rainha de Copas se tornou a figura tão enigmática e obscura que nós conhecemos? na versão da Marissa Meyer, ela era apenas uma garota que sonhava em se apaixonar.


Aica aqui a recomendação de leitura divertidíssima e bem detalhada sobre os elementos aleatórios e impossíveis bem típicos do universo criado por Lewis Carroll. Adorei reconhecer as referências (bem presentes no filme live action, por sinal), e fiquei totalmente ABALADA com o final.




6) Minha versão de você, meu livro preferido da Christina Lauren!


Tanner, um jovem bissexual assumido, precisou trancar sua sexualidade de volta no armário ao se mudar com a sua família para Provo, uma cidade pequena recheada de mórmons (que acreditam fielmente que homossexualidade é pecado).


daí pra frente é só ladeira abaixo, ele se apaixona por Sebastian, filho do bispo da cidade e juntos lidam com as consequências de um relacionamento escondido da família, da cidade e da igreja e a pressão da autoaceitação.


LI. VRA. ÇO. 


E tá lindíssimo no K.U esperando por você


Pra colocar esse inglês pra jogo!





Outra vantagem linda do K.U é o acervo ser poliglota. Você encontra histórias em outros idiomas além do português, e se tem algo que eu panfleto nessa vida são as vantagens de ler em inglês e por onde começar, inclusive tem post completo sobre isso aqui.


7) Reminders of him, escrito pela Colleen Hoover, é de longe um dos livros mais maduros da autora.


Nos faz refletir sobre luto e o impacto que ações de pessoas em momentos sombrios podem causar, pra sempre, na vida de outras pessoas. É daqueles que você não sabe em que lado ficar, sabe?


Vocabulário muito acessível pra quem tá começando!


8) A próxima indicação é Maybe in Another Life, da Taylor Jenkins Reid, uma das minhas autoras preferidas da vida inteira.


Esse livro foi perfeito para refletir sobre a vida, quantos outros universos paralelos existem por aí, como somos guiados tanto por escolhas quanto por um pedacinho do destino. Você pode esperar conhecer personagens falhos, momentos intensos e muita gratidão.


Não é meu favorito da autora, até porque Malibu Renasce e Os Sete Maridos de Evelyn Hugo existem, mas esse também é um livraço!


Pra quem gosta de livro triste





9) Por último mas definitivamente não menos importante, história é tudo que me deixou, do Adam Silvera!


Pensa só: um menino morre e o livro agora acompanha o ex namorado dele e o atual tentando navegar pelo luto.


Que belo tiro na cara. Poético, cheio de personagens muito bem construídos e uma narrativa deliciosa, vai com certeza te deixar deprê.


10) O fundo é apenas o começo, por Neal Shuterman.


Um livro desconfortável, difícil de ser lido e extremamente necessário. Um jeito muito criativo de representar a doença mental, e a nota do autor deixa a história ainda mais especial.


Com certeza uma história que continua mesmo quando a última página termina, brilhantemente escrito.


"A moral da história é que não devemos nos libertar dos nossos monstros. Não, devemos abandonar tudo no mundo, menos eles. Devemos alimentá-los tanto quanto lutar com eles, submetendo-nos à solidão e à infelicidade sem qualquer esperança de fuga.”


Espero que goste das leituras e que consiga a promoção da próxima vez! Caso contrário, lembre-se sempre que sempre terão histórias incríveis por lá que vão fazer tudo valer a pena, então não desanima.


Siga nosso perfil no instagram, @fantasmaliterario, para não perder mais conteúdos, tem post todos os dias! 


Também estamos no tiktok (@fantasma.literario) e no pinterest. 


Te vejo do lado de lá! Abraço das Fantasmas.







60's fever - roubando inspirações porque Tudo é História

 




“Subtrair coisa móvel alheia, mediante grave ameaça, reduzido à impossibilidade de resistência – pena: reclusão de 4 a 10 anos” diz o Código Penal Brasileiro em seu artigo 157, sobre roubo.


Ufa. Estamos de boa, pessoal!

histórias pra você virar a noite lendo



Quem nunca passou as noites em claro, se perdendo (ou se encontrando) em histórias que, mesmo sem saber ainda, passariam a fazer parte da sua?

como reagir quando não há Nada Para Ver Aqui | Kevin Wilson

 


O que você faria se tivesse que cuidar de duas crianças que pegam fogo?

o paralelo entre minha crise de identidade, Harry Styles, livros, músicas e Heartstopper

 



Bu! Uma fantasma passando com uma linha de raciocínio meio depreshow.


Queria deixar bem claro que a sensação de Não Saber Quem Eu Sou E Não Fazer Ideia De Como Ser Eu Mesma não é de hoje, mas foi só recentemente que eu ouvi ela numa música e aí meu sentimento foi validado. Antes disso eu achava que essa sensação era só um produto da minha habilidade de dramatizar tudo.


A música é “My Own Person” de Ezra Williams. Eu ouvi de madrugada durante a minha volta de ônibus de São Paulo para o Espírito Santo, acho que dois dias depois de Heartstopper ter estreado na Netflix e eu ter ficado completamente obcecada com a trilha sonora.


Essa música toca na cena em que o Nick senta no chão do quarto meio desesperado e dá um Google em “eu sou gay?” tentando entender mais que poderia estar acontecendo com ele, e a combinação de melodia e letra tornou tudo bem rude & illegal. Eu vim escutando essa música, sem brincadeira, por umas 3 horas no repeat.




Não quero me esquecer do quão sensível e vulnerável eu me senti ao ouvir a música, porque eu sinceramente acho essa uma das coisas mais bonitas sobre mim, que eu estou aberta a me conectar com arte, sabe?


O que eu queria esquecer ou pelo menos lidar de uma maneira melhor foi a tristeza e solidão que eu senti por me conectar com ela. Se liga:


Been rotating the same two outfits for three years now Waiting for some kind of inspiration To make me feel like I'm my own person

 

But buying new clothes just makes me feel down Having new style cause me more attention And I don't feel like I'm my own person

 

I just feel like some other version of me

 

Been talkin' 'bout the same problems for years now But nothing I do seems to make things happen I try too hard, guess I got to keep searching

 

Alternando entre as mesmas duas roupas há três anos Esperando por algum tipo de inspiração Para me fazer sentir como se eu fosse minha própria pessoa

 

Mas comprar roupas novas só me faz sentir mal Ter um novo estilo me chamaria mais atenção E eu não me sinto como se fosse minha própria pessoa

 

Eu só me sinto como uma outra versão de mim

 

Há anos que falo sobre os mesmos problemas Mas nada do que faço parece fazer as coisas acontecerem Eu tento muito, acho que tenho que continuar procurando

 

O Link pra ouvir ela no spotify é esse aqui.


Ao mesmo tempo que eu queria destruir a auto obsessão morando em mim, eu queria me sentir à vontade para simplesmente existir e ser o mais autêntica possível, e não me preocupar tanto com a maneira que eu sou percebida.


Honrar meu nome, meus gostos, meus sentimentos, medos, paixões e jeitinhos. Estar aqui de coração aberto e determinada a sentir tudo que há pra sentir nesse mundo. Fazer valer a pena e me conectar com pessoas, manja?


Já ouviu falar da crise dos 20 e tantos anos? Então, eu sinto que moro nela desde que eu tinha 11, mas vou responsabilizar tudo isso na minha personalidade de uma Tipo 4w3 (falando nisso, você sabe seu eneagrama? topa fazer o teste?)


Acho que eu nunca estive confortável na minha própria pele, e é como se essa sensação fosse um corredor com várias portas, sabe? Várias coisas fazem com que eu me sinta assim. Meu relacionamento com meus pais, com minhas amigas na época das 5 escolas diferentes que eu estudei, com o pessoal da minha cidade pequena, com a relação que eu tenho com a internet.


Não precisa me dizer que “todo mundo se sente assim”, essa é sinceramente uma das coisas mais insensíveis que você pode dizer a alguém. Eu sei que eu não a única, e ainda bem! Mas onde é que tá todo mundo? Normalizem ter essas inseguranças no meio do rolê quando tá todo mundo meio bêbado em vez de te olharem torto e falarem “alguém suspende o vinho dela”.


Alexa, toca Satellite do Harry Styles!


sPiNnInG OuT WaItiNg FoR yOu tO PuLL mE iNnnNn




Já ouviu essa música? muito boa, né? Se não, você pode ouvir Satellite no spotify.


Enfim, e aí foi recentemente que eu fui - mais uma vez - validada por um livro que descrevia perfeitamente o que eu sentia, e a lição dele virou uma chave na minha cabeça.


O livro é “people we meet on vacation”, da Emily Henry. Agora que eu escrevo esse texto, ele ainda está pra ser publicado aqui no Brasil como “De férias com você” e eu só quero uns segundos pra falar: que tradução de título merda.


Thank you for listening, let’s move on.


Na história, Poppy cresce com uma vontade insana de viajar e rodar o mundo, e isso foi regado pela sensação de não pertencimento a sua família, escola, cidade, amigos daquele nicho. Orra se eu me senti vista.


Quer mais um tapa na cara? Ela não tinha necessariamente vontade de viajar, ela tinha vontade de fugir. Aí, uns 15 anos depois do fim do ensino médio, há várias horas de avião de distância da sua cidade natal, no meio de um metrô lotado em Nova York, ela esbarra com um antigo colega de classe que foi babaca com ela.


Nesse momento ela descreve pensar que você pode correr e voar o quanto quiser, mas que não tem como fugir de certas coisas. Eu consegui ouvir a minha vontade de fazer um intercâmbio apressado pro outro lado do mundo pra fugir de casa rindo alto da minha cara.


Ela fala o seguinte:


“Suddenly we’re not kids anymore, and it feels like it happened overnight, so fast I didn’t have time to notice, to let go of everything that used to matter so much, to see that the old wounds that once felt like gut-level lacerations have faded to small white scars, mixed in among the stretch marks and sunspots and little divots where time has grazed against my body.

I’ve put so much time and distance between myself and that lonely girl, and what does it matter? Here is a piece of my past, right in front of me, miles away from home. You can’t outrun yourself. Not your history, not your fears, not the parts of yourself you’re worried are wrong.”

“De repente não somos mais crianças, e parece que foi da noite para o dia, tão rápido que não tive tempo de perceber, de largar tudo o que antes importava tanto, de ver que as velhas feridas que antes pareciam como lacerações profundas se desvaneceram em pequenas cicatrizes brancas, misturadas entre as estrias e manchas solares e pequenos buracos onde o tempo roçou meu corpo.

Eu coloquei tanto tempo e distância entre mim e aquela garota solitária, e o que isso importa? Aqui está um pedaço do meu passado, bem na minha frente, a quilômetros de casa. Você não pode fugir de si mesmo. Nem da sua história, nem de seus medos, nem das partes de você que você teme que estejam erradas.”

 



Uma hora dessas, sabe? Se torna puxadíssimo.


E aí, depois que eu me pude expressar em palavras o eterno desconforto incurável que eu sentia há tanto anos, eu comecei a enxergar ele em tudo a minha volta. Filmes que eu assisto, outros personagens literários, músicas e mais músicas que me faziam entender mais um pedacinho de como eu me sinto.


É como se a cada porta que eu abrisse, o que estivesse ali me lembrasse do quão nada parece autêntico ou "a ver comigo".


Então quem eu sou, se não simpatizo com o que está a minha volta? Como eu sei para qual direção eu devo ir pra me encontrar?


Não me entenda errado, é importante e especial se conectar com arte, mas é meio solitário sentir essas coisas e não achar que tem muito espaço disponível para compartilhar.


Mas acontece que tem, porque eu vivo numa parte da história que a internet já existe, olha que maravilha.


É difícil que alguém te veja se você também não olha para si mesmo e não se dá o trabalho de lidar com o que tá rolando dentro do seu peito. É igualmente difícil que alguém te ajude a levantar se você não estende a mão, sabe?


Então eu tô aqui escrevendo isso. Essa sou eu fazendo a minha parte e deixando outras pessoas verem um pedaço de quem eu sou no momento. Yay, therapy!


Espero que esse texto incentive você que está lendo em algum momento da história da humanidade a conversar sobre seus sentimentos com alguém.


E se você quiser, sei lá, conhecer mais sobre paranoias que eu tenho toda vez que leio um livro, vem conhecer o perfil do Fantasma no insta que tem tudo sobre Histórias! Meu perfil pessoal no app é @bellimarino_ e você também pode me encontrar no spotify clicando aqui.


Leia o livro people we meet on vacation, escrito pela Emily Henry também!



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