They Both Die At The End | Adam Silvera



Nada de spoilers, mas nesse aqui Os Dois Morrem No Final.


They Both Die At The End foi minha escolha de livro em inglês para o mês de setembro e eu sinto que quem morreu na verdade fui eu. 


Rufus e Mateo moram em New York (concrete jungle where dreams are made of) e não se conhecem ainda, mas já possuem uma coisa em comum: os dois são Deckers. 


Decker é o nome dado para quem recebe a ligação da Death Cast, que é a empresa responsável por organizar a data de morte de todas as pessoas e as avisarem por meio de Uma Ligação no dia em que de fato ocorrerá. Eu diria cruel, no mínimo.


Rufus mora em um abrigo para jovens órfãos e possui uma pequena gangue destemida chamada Plutos que são seus melhores amigos, Malcom, Tagoe e Aimee, que também é sua ex namorada.


Em uma noite, Rufus descobre que Peck, atual namorado de Aimee, falou coisas que não devia a seu respeito e merecia pagar por isso da pior forma: levando uns belos socos na cara. Ele só não esperava receber A Ligação no meio de umas bofetadas.


Ao contar para os amigos sobre o ocorrido, todos decidiram organizar um funeral para ele, que foi terrivelmente arruinado por Peck ao chamar a polícia após a agressão. Rufus então decide fugir para viver suas últimas 24 horas de vida como bem entender longe das grades.


Mateo é o jovem mais doce, generoso, bondoso e amedrontado que já pisou os pés em NYC. Vive atualmente sozinho, pois sua mãe faleceu no seu parto e seu pai se encontra em coma. Seus hobbies são jogar vídeo game e jogar vídeo game.


Ao receber A Ligação e se tornar um Decker, decide não pisar os pés fora de casa, com medo de morrer de absolutamente qualquer coisa. Mateo é o tipo de menino que quer aproveitar tudo o que há a sua disposição, mas tem medo demais para isso.


Resolve então criar um perfil no aplicativo The Last Friend (O Último Amigo), feito especialmente para Deckers conhecerem novas pessoas no seu último dia de vida e não ficarem sozinhas, e foi por lá que ele encontrou Rufus.


O desenvolvimento da história foi muito bem escrito, se tornando perto de uma experiência audiovisual, já que foi incrivelmente fácil imaginar o cenário com as descrições do Adam Silvera.


A história é fluida e bem completa, os personagens são perfeitamente construídos e profundos de jeitos diferentes, os capítulos são curtos e bem capazes de te fazer chorar, assim como aconteceu comigo diversas vezes.


É impossível não perceber a mágica que o autor faz nesse livro, pois o crescimento dos dois personagens chega a ser quase tangível e a história se passa em meras 24 horas. Não ignorem isso!!


Rufus e Mateo são nossos protagonistas nessa realidade, mas eu poderia dizer que também somos eu e você. O jeito que o autor inclui tantos medos que todos temos em comum, mas, mesmo assim, não falamos tão abertamente para um desconhecido é incrível.


O livro proporciona questionamentos válidos, óbvios e não óbvios acerca da nossa própria mortalidade, e mostra isso com um encontro “por acaso” e literalmente fatal de dois jovens que viveram esperando “a hora certa” para serem felizes.


Mesmo assim, preciso dizer que saber que os dois vão morrer no final deixou minha guarda alta e me impediu de sentir livremente as emoções que a história oferece. Mas você pode me encontrar sentadinha erguendo a bandeira de que o que importa é o caminho, e não o destino.


O plot de “viver uma vida inteira em apenas um dia” me deixou com vontade de cantar bem alto e dançar no meio de várias pessoas, não ligando para absolutamente nada do que poderiam pensar. Eu sou uma péssima cantora e ainda pior dançarina, e me senti inspirada assim.


Por fim, assistir Mateo e Rufus se conhecendo, confiando um no outro, e gradualmente perceberem os sentimentos ali existentes foi a chave de tudo para mim. Uma pena que os dois morrem no final. 


Indico essa leitura para todos aqueles que estão esperando a hora certa para ser feliz. Devemos nos lembrar que não temos um Death Cast para nos avisar do nosso Último Dia. Temos que viver todos os dias como se fossem o último. 


PS: Mas não, sem chances de eu cantar e dançar na frente de várias pessoas.




2 comentários

  1. Oi, Isabelli. Como vai? Parece um livro interessante. Que bom que você gostou de lê-lo. Sua resenha despertou em mim curiosidade em ler esta obra. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  2. Morri com sua resenha kkkkk. Provavelmente eu teria uma sensação parecida ao ler a obra e já estou curiosa para ter essa experiência kk.

    Abraço

    Imersão Literária

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Agradecemos a visita e o carinho <3

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